Nos dois vídeos abaixo, o presidente da ONG Casa do Aprendiz Urupês (que age em Missão do Sahy buscando o reconhecimento, a valorização e reunião dos conhecimentos tradicionais remanescentes de seu passado indígena) fala sobre a ONG, as origens do nome da comunidade, os achados arqueológicos e a catequização dos indígenas ancestrais pelos missionários franciscanos que fundaram a missão religiosa em 1697.
As fotos abaixo mostram algumas réplicas de adornos indígenas encontrados na sede da ONG:
Para saber mais sobre a Casa do Aprendiz Urupês:
http://caumis.arteblog.com.br/
http://missaodosahy.bloog.pl/
Entrevista com um morador de Missão do sahy, distrito de Senhor do Bonfim, Bahia. Ela conta as versões mais populares das histórias do local, inclusive da origem do nome do povoado.
A entrevista realizada pelos bolsistas PIBID/UNIVASF que atuam na Escola Municipal Antônio Bastos de Miranda, em Missão do Sahy, distrito de Senhor do Bonfim, Bahia. A atividade faz parte do projeto de pesquisa da cultura e das tradições locais para que esses saberes posam servir de base para o ensino contextualizado de ciências naturais no ensino fundamental.
São muitas as influências da
culinária africana ao cardápio dos baianos, mas um dos mais conhecidos e
apreciados por nativos e turistas é o acarajé, bolinho feito de feijão frito no
azeite de dendê, sendo introduzindo na comunidade de Tijuaçu por moradores
vindos de Salvador e passados para várias gerações que fazem do acarajé uma
fonte de renda. Ao trabalhar o conteúdo de alimentos na 6º ano do ensino
fundamental, introduzimos um pouco da cultura remanescente dos quilombolas.
Trabalhando com a culinária que foi herdada dos seus descendentes africanos. Ao
trabalhar com as propriedades nutricionais introduzimos o acarajé e seus
recheios relacionando com a pirâmide alimentar, sendo uma realidade local o
acarajé serve como fonte de renda de muitos moradores da comunidade,
contribuindo ainda para o resgate da culinária trazida pelos africanos.
Foram
iniciadas na Escola Municipal de 1º grau de Tijuaçu as atividades
contextualizadas que fazem parte do projeto “Memórias de Tijuaçu”. Na sétima
série o assunto trabalhado é sistema nervoso, baseado nisso foram desenvolvidas
atividades que abordassem a história da comunidade dentro do assunto
abordado. Em um primeiro momento houve o
período de sensibilização, realizamos uma dinâmica: Dividimos
a sala em seis equipes e fizemos um jogo de perguntas e
respostas. As perguntas foram
voltadas para a memória e sensações da comunidade e contextualizadas com o
assunto
sistema nervoso.Levamos para a sala de
aula um encéfalo feito com massa de modelar e os
alunos puderam observar as suas partes e funções, dentro do assunto trabalhamos
a memória da comunidade e as sensações. Discutimos sobre as sensações em ser
quilombola, o que é um quilombo (pois alguns não sabiam), fizemos comparações
entre a comunidade antes e agora, a forma de namoro, como eram as festas, o
trabalho e falamos também sobre movimentos culturais como o samba de lata.
Após
o período de sensibilização iniciamos a ida a campo onde tiramos os alunos do
âmbito escolar e levamos para realizar conversas informais com moradores da
comunidade.Visitamos
várias pessoas, conversamos sobre o distrito, como ele era antes e como foi o
seu surgimento e procuramos saber sobre a existência de objetos antigos em suas
casas, conseguimos encontrar rádios, espelho e pilão.
Os
alunos também levaram maquinas fotográficas e materiais para anotação.
Posteriormente eles entregaram um texto contando sobre a experiência vivenciada
e sobre os relatos dos moradores relacionando o sistema nervoso com a atividade
que realizamos.
Com as fotos
conseguidas ao decorrer da atividade construímos em sala um painel: Retalhos da
memória. Os alunos levaram retalhos de pano que serviram para a construção do
painel e nele anexamos as fotos sobre o projeto.
A professora Carmélia Aparecida Silva Miranda da Universidade Estadual da Bahia- UNEB (Campus IV – Jacobina) e Doutora em História Social pela PUC-SP concedeu, em 01.08.2011, uma entrevista às bolsistas Keiliane, Greice e Luziane do PIBID/UNIVASF “Fazendo Ciência na docência”. A entrevista aconteceu na residência da pesquisadora, que falou sobre os motivos e interesses que a levaram a pesquisar sobre a história de Tijuaçú e seu reconhecimento como comunidade remanescente quilombola, localizada em Senhor do Bonfim/BA.
Ao longo da conversa ela falou sobre seus interesses e como aconteceu o trabalho, apontando os principais elementos da história através do relato oral da Comunidade.
Esta atividade faz parte do trabalho de levantamento da história e cultura que permeia a escola de Tijuaçú que redundará posteriormente nos ateliês contextualizados.
Da esquerda para a direita: Greice, Keiliane, a professora Carmélia e Luziane.
Em maio último teve início, para todos os envolvidos no PIBID/UNIVASF “Fazendo Ciência na docência: a popularização das ciências num contexto de diversidade social, cultural e educacional”, uma nova etapa do projeto. Trata-se de um trabalho de campo que objetiva conhecer e registrar a história, o contexto, o espaço físico e as narrativas orais da três comunidades onde se localizam as escolas participantes. As metodologias utilizadas são entrevistas, pesquisa bibliográfica, registro fotográfico e filmagens das personagens, ambientes e tradições encontradas em Tijuaçú, Missão do Sahy e no Alto da Maravilha. Reunidas as informações, o segundo passo será a apresentação dos achados às comunidades e contextualização dos conteúdos formais de Ciências das escolas municipais participantes do projeto nos ateliês de Ciências, com a construção de jogos, dramatizações, poemas, histórias, álbuns, experiências, cordéis, pinturas, painéis etc. Por fim, os bolsistas produziram artigos científicos sobre toda a prática, desde o momento do levantamento dos dados até a experiência dos ateliês contextualizados.
Objetos antigos (bules, ferro de passar, cabaça etc.)
O distrito de Missão do Sahy é bastante rico em cultura e história. No passado, já foi uma das localidades mais importantes da Bahia, quando, em 1722, um aldeamento franciscano existente aí foi elevado à categoria de Vila, sendo um posto de fiscalização e administração da Coroa portuguesa. Mas, depois de perder importância para localidades vizinhas (como a Vila Nova da Rainha, atual município de Senhor do Bonfim, do qual é hoje distrito, e Vila de Santo Antônio de Jacobina), Missão do Sahy foi ignorada e esquecida. Mesmo assim, ainda existem resquícios desse passado glorioso, que resiste na cultura do local. E foi com o objetivo de resgatar e perpetuar...
Todos os anos o distrito de Tijuaçu, comunidade remanescente de quilombo - localizada a 370 KM de Salvador - participa das apresentações culturais do São João de Senhor do Bonfim. Dentre as apresentações, os turistas e bonfinenses podem desfrutar da belíssima dança do parentesco - quadrilha contextualizada, samba de lata - samba que retrata a dificuldade em buscar água e para que não fosse tão enfadonho as mulheres cantavam versos, batiam nas latas e sambavam embaixo de árvores - e a dança do corta cana- dança que mostra o trabalho dos escravos nos canaviais.